A aplicação de inteligência artificial (IA) no setor industrial está redefinindo a forma como as empresas realizam manutenção.
Com a digitalização de ativos, sensores inteligentes e análise avançada de dados, a IA permite prever falhas e agir antes que elas impactem a operação.
Diante desse cenário, uma dúvida surge com frequência: a IA vai substituir o trabalho humano na manutenção industrial?
A resposta é não, mas o papel dos profissionais da área está mudando de forma profunda. Continue lendo e entenda por quê.
A evolução da manutenção na era da IA
Nos últimos anos, a manutenção industrial passou de um modelo reativo, baseado em correções, para um modelo preditivo e orientado a dados. A IA é o grande motor dessa transformação.
Segundo o The 2025 State of Industrial Maintenance, 35% dos profissionais de manutenção já utilizam sensores e dispositivos IoT extensivamente, enquanto 41% estão testando ou considerando essa adoção.
Além disso, 32% das equipes já implementaram soluções de IA, total ou parcialmente, e outras 26% estão em fase de testes ou avaliação. Ou seja, mais da metade do setor já está dando passos concretos rumo à automação inteligente.
Hoje, algoritmos são capazes de:
- Monitorar continuamente o desempenho de equipamentos;
 - Detectar anomalias em tempo real;
 - Prever falhas com base em padrões históricos;
 - Sugerir o momento ideal para a intervenção.
 
Essas práticas reduzem custos operacionais, aumentam a disponibilidade dos ativos e impulsionam a confiabilidade operacional, um indicador crítico para indústrias que buscam Zero Downtime.
De acordo com a Deloitte, a manutenção preditiva pode reduzir custos em até 25% e aumentar o tempo de operação em até 20%. E as empresas que enfrentam mais paradas não planejadas são duas vezes mais propensas a adotar IA de forma antecipada (40% contra 18%).
A IA na manutenção: eficiência sem perda do fator humano
Apesar dos avanços, a IA não elimina a necessidade de profissionais de manutenção.
Ela automatiza etapas de coleta e análise de dados, mas a tomada de decisão, a interpretação dos resultados e a definição de estratégias continuam sendo essencialmente humanas.
O papel do técnico e do engenheiro de manutenção está evoluindo para funções mais analíticas e estratégicas. Dessa forma, em vez de atuar apenas na execução, esses profissionais passam a gerenciar informações, correlacionar causas e efeitos e tomar decisões baseadas em evidências.
Essa mudança exige novas competências: domínio de ferramentas digitais, leitura de dashboards e compreensão de modelos preditivos. A tecnologia amplia a eficiência, mas a precisão e a segurança operacional ainda dependem da experiência humana.
Não à toa, 45% dos líderes de manutenção citam a falta de recursos como o principal desafio do setor, seguida pela escassez de mão de obra qualificada (30%). Além disso, 69% dos profissionais da área têm mais de 50 anos, o que reforça a necessidade de transferência de conhecimento e capacitação contínua.
O exemplo da Vivo: IA como apoio à gestão, não substituição
Um exemplo relevante vem de fora da indústria, mas ilustra o mesmo princípio. A Vivo, empresa de telecomunicações com mais de 30 mil colaboradores, adotou soluções de IA generativa para otimizar processos de RH e atendimento interno.
O resultado? A IA reduziu prazos e aumentou a eficiência, mas sem substituir pessoas.
Segundo o vice-presidente de Pessoas da companhia, o objetivo é usar a tecnologia para liberar tempo e fortalecer atributos exclusivamente humanos, como empatia, criatividade e intuição.
O mesmo raciocínio se aplica à manutenção industrial: a IA deve potencializar a atuação técnica, não substituí-la. Ela apoia decisões, antecipa falhas e gera insights, mas a ação inteligente continua sendo humana.
Desafios e oportunidades para o futuro da manutenção
A incorporação da IA traz desafios importantes:
- Integração de dados de diferentes fontes e sistemas;
 - Formação e capacitação de equipes multidisciplinares;
 - Adoção de uma cultura orientada a dados;
 - Garantia da segurança cibernética industrial (OT Security).
 
De fato, as principais barreiras à adoção de IA na manutenção são restrições orçamentárias (25%); falta de expertise (24%) e preocupações com cibersegurança (22%).
Mesmo assim, o movimento é irreversível: 65% das equipes de manutenção estudam adotar IA nos próximos 12 meses.
E há boas razões para isso. A Reuters estima que empresas Fortune 500 poderiam economizar US$ 233 bilhões por ano e evitar 2,1 milhões de horas de downtime com a adoção plena da manutenção preditiva e do monitoramento de condição.
Atualmente, o custo médio de paradas não planejadas chega a US$ 2,8 bilhões por ano, cerca de 11% da receita das grandes indústrias, segundo o The True Cost of Downtime 2024.
Superar esses desafios é o caminho para transformar a IA em parceira estratégica da manutenção. As empresas que já estão nesse processo relatam ganhos em eficiência, redução de paradas e melhor uso de recursos.
O futuro da manutenção será colaborativo, unindo tecnologia e experiência. Enquanto os algoritmos aprendem com os dados, as pessoas continuam aprendendo com o sistema, ajustando, interpretando e aprimorando os resultados.
Conclusão
A inteligência artificial está consolidada como uma ferramenta essencial para a manutenção industrial moderna.
No entanto, a sua função não é substituir o trabalho humano, e sim otimizar processos e apoiar decisões mais assertivas.
A combinação entre automação inteligente e experiência técnica é o que garante um ciclo contínuo de melhoria, segurança e eficiência.
Na Wiser, acreditamos que essa integração é o caminho para o futuro da manutenção.
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